sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

LOST - The end is near....

Os produtores executivos, Damon Lindelof e Carlton Cuse deram uma extensa entrevista ao The Hollywood Reporter. Nela, eles também falaram sobre os segredos que finalmente serão revelados, além de dar seus palpites com relação à reação dos fãs para a conclusão de Lost e dos planos para a vida pós-Lost:

Como vocês acham que os fãs reagirão ao final da série?

Lindelof: É uma pergunta bem capciosa. É difícil prever, mas nós concordamos que haverá uma reação a curto prazo e então uma reação de legado que virá seis meses ou mesmo anos depois quando as pessoas analisarem a série como um todo... O que as pessoas vão pensar do nosso final será puramente baseado no episódio que conclui a série, mas temos esperança que as pessoas sejam capazes de conectar essa experiência a tudo que precedeu esse momento ao longo de seis anos.

Em termos de tom, como vocês descrevem a temporada comparada às outras?

Cuse: É bem parecida com a primeira temporada da série. Estamos explorando um mecanismo diferente de narrativa, que no nosso entendimento está resultando em histórias emocionais e com muito coração. Queremos que o público tenha a chance de relembrar toda a história da série nessa temporada, por isso temos alguns atores como Dominic Monaghan e Ian Sommerhalder reaparecendo. Esperamos atingir uma circularidade da jornada inteira para que o final lembre o início.

Há algum personagem especificamente cuja história seja mais impactante nessa temporada?

Cuse: Jack e Locke sempre estiveram no centro da série através daquele dilema de fé x razão, e o conflito entre esses dois personagens está lá desde o início. É muito empolgante poder dar uma conclusão à esse relacionamento.

Nos últimos anos tivemos os episódios finais de Sopranos, The Shield, The Wire e Battlestar Galactica. Algum desses foi concluído realmente bem para vocês?

Cuse: Pessoalmente não acho que nenhuma dessas séries escorregou no final. Todos foram apropriados para suas histórias, mas Shawn Ryan fez um ótimo trabalho encerrando The Shield.

Vocês já resumiram Lost a uma questão central que essa última temporada precisa resolver?

Lindelof: A única questão que realmente importa para nós é saber o que vai acontecer com aquelas pessoas. O que é a resolução de um personagem? Que o público sinta que o personagem teve um arco – começo, meio e fim. Estou satisfeito com isso. Nós amamos toda a louca mitologia da ilha, mas isso é igual os terroristas atacando Jack Bauer, ou seja, são coisas que acontecem para que possamos contar boas histórias de personagens.

Vocês falaram em novo artifício narrativo nessa temporada, com isso imagino que não seja nem flashback nem flash forward, certo?

Cuse: Números musicais. Se você gosta dos filmes de Bollywood vai amar essa temporada. (Risos)

Lindelof: A série nunca fica numa zona de conforte. Não que tentemos ser sempre inovadores, mas Lost exige que façamos mudanças constantes para contar a história de uma forma melhorada. Nós já sabíamos o que queriamos fazer há tempos e o trabalho para fazer a premissa dar certo foi imenso, mas ainda nos perguntamos: “Vai funcionar? O público vai entender? Como será a reação?”

Já que não há nenhuma cena nova sendo revelada antes da estreia, há alguma coisa que você possa dizer para atiçar nossa curiosidade?

Cuse: Nós encerramos a 5ª temporada com Juliet batendo na bomba atômica. Há a expectativa de Jack de que a bomba vá resetar alguns eventos e que o avião não caia. Há também a possibilidade de que isso não funcione. Queremos que o público reflita sobre qual é a consequência de Juliet bater na bomba. Nossos ganchos são feitos para deixar o público pensando sobre a pergunta que nós queremos levantar.

Qual a temporada preferida de vocês?

Lindelof: A primeira provavelmente é minha favorita, já que ela dá perspectiva sob toda a dificuldade de se fazer a série.

Cuse: Eu fico com a 5ª. Fizemos coisas bem radiciais (ao introduzir a viagem no tempo) e abraçamos as raízes sci fi da série. Nos preocupamos com isso, mas ver as reações positivas das pessoas foi enormemente gratificante.

Vocês tem algum plano de assumir uma série nova na ABC ou em outra emissora já para a próxima temporada?

Lindelof: Não. O mundo funciona de forma misteriosa, mas nosso tempo foi inteiramente dedicado a Lost nos últimos seis anos quando trabalhávamos cerca de 70/80 horas por semana. A ideia de voltar para essa rotina não é muito empolgante. Quando encerrarmos Lost vamos desaparecer e refletir sobre tudo por um tempo.

Cuse: Penso que a única coisa certa é que nenhum de nós dois tem pressa de voltar a fazer algo tão denso e serializada. Para mim é importante exercitar músculos criativos diferentes.

Lindelof: Meu desejo é de poder explorar a ideia de outras séries de sucesso.

Da mesma forma que fizeram com Lost?

Lindelof: Exatamente. Talvez uma série sobre vampiros que trabalham numa agência de publicidade e que um deles seja um serial killer. (Risos)

Cuse: Especialmente uma que o personagem principal produza metamfetamina. (Falando de Breaking Bad, claro)

Lindelof: Ah, não tinha pensado nisso. É Emmy praticamente garantido. “Breaking Bad Men.” (Risos)

Quem vai escrever e dirigir o final da série?

Cuse: Damon e eu escreveremos e Jack Bender vai dirigir.

E o J.J. vai se envolver de alguma forma?

Lindleof: Vamos convidá-lo para a festa. Ele tem umas dez coisas diferentes para fazer agora. A contribuição dele será exatamente a mesma dos últimos cinco anos, um apoio incrível de fã o que é muito bom para nós.

Vocês podem dizer de foma definitiva que depois do episódio final não haverá mais nenhuma produção envolvendo Lost na tv, no cinema, na web ou em qualquer outra mídia?

Cuse: A Walt Disney é dona da marca Lost. É uma franquia que conservadoramente vale bilhões. É difícil imaginar que Lost será arquivada e nada mais será feito em torno dela. Eventualmente alguém fará alguma coisa, quer estejamos envolvidos ou não. Nós nos comprometemos com esse grupo de personagens cujas histórias serão concluídas em maio.

Lindelof: Alguem fez uma sequência para “E O Vento Levou.” Algumas vezes a franquia transcende seus autores. A edição definitiva de Lost termina em maio na ABC, e essa é a história que temos para contar. Ela teve início, meio e fim. Esse final não terá ganchos, ou funcionará como preparação para que as pessoas digam: “Claramente eles farão mais coisas daqui um tempo.” Não temos nenhuma ligação com outra série ou filme, mas como todo mundo sabe, há um filme do “Esquadrão Classe A” vindo aí. Esse é um negócio que aposta em commodities conhecidas. “Tron” é o filme mais esperado para o próximo ano e ficou pegando poeira por 20 anos. Duvido que não vá existir algo com Lost envolvendo monstro de fumaça, ursos polares e viagem no tempo.

Comecei a entrevista perguntando como vocês acham que os fãs reagirão ao fim da série e agora pergunto: como vocês se sentem?

Cuse: É como o Natal. Temos esse presente que compramos há muito tempo, e estamos empolgados para entregar aos fãs. Também haverá uma certa dose de nostalgia e tristeza como acontece quando você guarda os enfeites de natal.

Lindelof: Nunca mais haverá natal de novo. É imposssível dizer como nos sentiremos no dia seguinte. Parece meu último ano na escola. Você formou ótimas amizades e relacionamento, mas você tem que partir para a faculdade e uma nova fase da sua vida começa.

Fonte: Dude We are Lost

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