segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Psicologia da porrada

Pouca gente sabe, mas o ex-campeão do UFC, Rashad Evans (à direita, de calção verde escuro), é graduado em Psicologia. Trocou o consultório pela grade do UFC.

Infelizmente o MMA (antigo Vale Tudo) ainda encontra focos de resistência contra o esporte, quer seja no Brasil ou nos Estados Unidos. Além da repugnância pelos combates em si, muitas vezes os que são contra gostam de apresentar argumento que para um atleta se “prestar” a participar de um esporte “brutal” como o MMA, é porque não deve ter tido outra alternativa na vida ou mesmo gostar de estudar. Será que estão certos?

Para verificar essa hipótese, dentre outras, o professor de criminologia da Universidade de Illinois e pesquisador, o norte-americano Ryan Williams - fã do esporte -, estudou por um ano o perfil de 28 atletas de elite de MMA nos Estados Unidos que é, atualmente, o país com a maior e mais concorrida indústria de entretenimento relacionada a esse esporte. Os resultados foram surpreendentes:

* Apenas um lutador não tinha concluído o ensino médio. Dois tinham mestrado. A maioria tinha pelo menos alguma educação universitária;

* A grande maioria dos atletas eram brancos;

* Os atletas não se consideravam bandidos nem tampouco criminosos e sim profissionais de Mixed Martial Arts;

* Ao contrário do Boxe, que atrai muitos de seus adeptos de locais conhecidos pela pobreza e criminalidade, no MMA, os atletas em sua maioria eram constituintes da classe média.

Baseado nesses dados, o autor concluiu seu estudo afirmando que o MMA é um esporte de risco e elevada adrenalina, mas que os atletas canalizavam em competições, não havendo problemas com a lei em sua grande maioria.

Além disso, observou que a repugnância contra o esporte vem diminuido drasticamente, desde que evoluiu e estabeleceu um conjunto de regras que reduziram as possibilidades de violência marcada por traumas físicos e/ou excesso de sangue. Ainda afirmou: “O esporte em si não é tão violento quanto as pessoas pensam que é”.

Para finalizar, Williams apresentou sua reflexão: “A estratégia de marketing é fazer as pessoas sentirem medo de tal modo, que mal conseguem entrar na sala para assistir. A impressão que fica é: “o MMA é violento”. Entretanto, na prática a situação é bem diferente, como boa parte dos lutadores afirma: “mesmo se eu quisesse, as regras não permitiriam.”

Fonte: Blog Mano a Mano

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